terça-feira, 10 de novembro de 2009

Bioquímica do amor!

Neurocientistas norte-americanos, que estudam a bioquímica dos processos amorosos, publicaram na revista Nature um estudo que pode abrir caminho ao desenvolvimento de fármacos para aumentar ou diminuir a atracção sexual.
Não se trata de uma investigação poética, nem particularmente romântica, como advertem os editores da revista, já que o que está em causa é dissecar emoções em cadeias de processos bioquímicos.A análise dos mecanismos cerebrais ajudou no passado a desenvolver terapias farmacológicas contra a ansiedade, as fobias ou as desordens pós-traumáticas. Agora ajudam a esclarecer o que é o amor, diz Larry Young, principal autor do estudo.Os investigadores comprovaram que a ligação entre uma ovelha e o seu cordeiro ou entre um macaco e a sua cria é a mesma que existe nos seres humanos e resulta basicamente de uma descarga de oxitocina (uma hormona), refere este neurocientista do Centro de Investigações sobre Primatas de Yerkes, em Atlanta (Geórgia).Este hormônio favorece os comportamentos maternais, já que ao ser injetado numa ovelha leva-a a ligar-se imediatamente a uma cria, mesmo que não seja sua, e o mesmo se passa com aos ratos fêmeas, que se ligam ao macho mais próximo quando recebem a dose adequada.A oxitocina precisa, no entanto, de outro neurotransmissor, a dopamina, da qual resulta a recompensa e a motivação de determinado comportamento. Este hormônio aumenta com a cocaína, a heroína ou a nicotina e favorece a euforia e a habituação a um produto.Os cientistas observaram que algumas regiões do cérebro relacionadas com a dopamina se ativam quando uma mãe vê fotos de um filho ou alguém vê a imagem do namorado.Na perspectiva de Larry Young, talvez este vínculo com o parceiro tenha origem numa ligação maternal subjacente no cérebro e seja por isso que os peitos sejam um estímulo erótico para os varões, do mesmo modo que estimular a nuca ou os mamilos durante o ato sexual faz disparar a oxitocina e consolida o laço emocional na parte feminina.Para os homens há outros caminhos neuroquímicos, sendo que o hormônia vasopressina potencia nos ratos a união ao par, a agressão aos rivais e os instintos paternais.Os cientistas comprovaram também que uma mutação do gene AVPRI 1A, receptor deste hormônio, faz variar a qualidade das relações amorosas.Segundo as conclusões do estudo, os homens portadores de uma variante daquele gene têm o dobro das probabilidades de ficar solteiros e, quando se casam, de terem rapidamente uma crise conjugal.Por ajudar a compreender os mecanismos bioquímicos e genéticos do amor, este trabalho abre a possibilidade de se desenvolverem fármacos capazes de provocar sentimentos de amor ou desamor, tornando menos fictício o conceito de um «elixir do amor», pronto a desatar paixões em corações empedernidos.

Este artigo me despertou a curiosidade, pois o estudo realizado sobre a bioquímica do amor nos instiga a questinoar se apenas certas concentrações de oxitocina, dopamina e talvez outros hormônios e neurotransmissores relacionados resultem em nossos sentimentos e na nossa maneira de reagir ao outro. Será que um dia, a manipulação dos sentimentos tornar-se-á mais simplificada com a aplicação dessas substâncias? Ou será que os estímulos que provocam essa descarga de substâncias não será completamente compreendido? Será que poderemos inverter sentimentos adversos? Que tal então jogar uma bomba de oxitocina e dopamina nos conflitos mundiais? ;)

Bibliografia: http://filosofiauminho.blogspot.com/2009/01/neurocientistas-buscam-elixir-do-amor.html


Ahh, é isso ae gente, um beijo e até a próxima.
Dands!

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