quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Nova solução para o mal de parkinson

Uma nova alternativa terapêutica criada pelo cientista brasileiro Miguel Nicolelis promete melhorar a vida de pacientes com mal de Parkinson, doença de causa obscura e caracterizada pela degeneração dos neurônios produtores de dopamina. Ele e seus colegas da Universidade Duke encontraram um caminho mais longo, porém muito mais seguro, para estimular as áreas do cérebro afetadas pela doença, aliviando os sintomas e reduzindo os efeitos colaterais da terapia convencional.
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O brasileiro Miguel Nicolelis avança na terapia contra o mal de Parkinson ao tratar rato com estímulo elétrico na medula. Uma abordagem radicalmente diferente da anterior que usava implantes no cérebro. A técnica é menos invasiva, mais econômica e possibilitará, no futuro, acesso a todos que sofram da doença.

Dr. Miguel Nicolelis afirma: "vemos uma mudança quase imediata e dramática na capacidade funcional do animal quando o mecanismo estimula a medula espinhal".
Ele trabalha na Universidade Duke, na Carolina do Norte e o estudo foi publicado na revista Science. O estudo foi matéria de capa devido a pesquisa ser muito promissora, dentro de um ano se mantido em macacos os resultados colhidos em roedores, podemos ter teste em seres humanos.
A doença de Parkinson destroi as células do cérebro que produzem dopamina. A terapia atualmente empregada é o uso
de medicamento, em pacientes que respondem a esse tratamento, que substitui a substância. Nas palavras de Miguel em entrevista à Rádio CBN: "depois de alguns anos os pacientes podem desenvolver tolerância a esse medicamento e existem efeitos colaterais das altas doses do medicamento. A partir de então a opção que me resta é um procedimento cirúrgico que por volta de 20 a 30% dos pacientes pode utilizar, que é um procedimento muito invasivo e que tem resultados bons". O método conseguido em animais, evita um procedimento cirúrgico demorado, que não é suportado por muitos pacientes, estimula uma região da medula espinhal, logo embaixo da vértebra, e que poderá permitir que todos os pacientes, sem distinção, sejam tratados desde o início da doença em combinação com o uso reduzido do medicamento minimizando a chance de desenvolvimento de tolerância à droga.
O uso de um método cirúrgico menos invasivo e uma redução da utilização de medicamentos com consequente redução dos efeitos colaterais já são fatores positvos de sobra para a celebração da nova técnica. Mas um terceiro fator chama a atenção dos meios científicos que é uma abordagem radicalmente nova no tratamento da doença.
"Estamos abordando a doença de
Parkinson de uma forma sistêmica, olhando para o circuito motor como um todo e basicamente dizendo que a doença de Parkinson é uma doença da dinâmica desse circuito. Que é uma doença do tempo. De como os neurônios disparam no tempo. A medida que o paciente fica muito doente esses neurônios começam a disparam todos juntos criando uma onda de disparo que parece uma crise epiléptica. Isso ninguém havia posto em contexto ainda. O nosso método permite que esses neurônios deixem de disparar todos ao mesmo tempo, é como se a gente inserisse um pouco de ruído no sistema, e aí volte a disparar no padrão que eles disparam normalmente", explica Dr. Nicolelis, e conclui, "é esse avanço, teórico também, que está sendo destacado muito aqui, porque muda o ponto de perspectiva para se olhar para o cérebro com Parkinson".

Obrigada, até a próxima!
Maria.

Retirado do site:www.blog.brasilacademico.com

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